quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Por que alguém tem que morrer primeiro?


É melhor prevenir do que remediar. Assim é o dito popular. Mas, será que as autoridades se lembram de colocá-lo em prática?

A recente tragédia no Estádio da Octávio Mangabeira, mais conhecido como Fonte Nova, na Bahia, mostra o total desrespeito que os responsáveis por um evento têm com o principal elemento para o seu sucesso: o público pagante.

O mínimo que se espera de um espetáculo é que ele seja organizado de modo que traga conforto a quem desejar assistí-lo. Porém, não é sempre assim que as coisas caminham. Nada pior para um país que acabou de ser eleito sede de uma Copa do Mundo. Mas, esse nem é o foco da questão.

O mais revoltante disso tudo é que a maioria das tragédias com as quais no deparamos poderiam ter sido evitadas, e exemplos não faltam em nossa recente história.

Se o tão prepotente serviço de segurança americano tivesse lido o dossiê feito por agentes de segurança nacional sobre um possível mega-atentado terrorista, talvez Osama Bin Laden não fosse bem sucedido em seu 11 de setembro.

Se alguém tivesse percebido que o Bateau Mouche não tinha condições de navegar com a lotação acima do permitido, talvez não tivéssemos perdido a grande Yara Amaral.

Se a TAM não tivesse liberado sua aeronave com um reverso a menos, talvez centenas de pessoas não tivessem perdido a vida tão estupidamente.

Se Eurico Miranda fosse mais responsável, o acidente com torcederes em São Januário, na final da Copa João Havelange, em 2001, não teria levado pânico a pessoas que ali estavam para torcer e se divertir. E por vai. Como diz Marcio Guedes: "e ninguém vai preso?".

Qual será a próxima tragédia anunciada? Por favor, sejamos humildes e ouçamos as vozes da experiência. Já dizia a minha avó: "o seguro morreu de velho".


Foto: O buraco aberto na estrutura da Fonte Nova que causou a morte de oito torcedores. Montagem sobre foto de Whelton Araújo / Futura Press.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Políticos Mudos

Não sou de assistir à propaganda eleitoral gratuita, aliás, alguém é? Gosto de ver os debates, mas quando são usados para ataques pessoais, adeus. Porém, não posso deixar de comentar o tipo de propaganda que o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro -, tem feito.

Parece-me que os líderes políticos do partido decidiram que seus filiados não têm capacidade para se expressar com o mínimo de coerência e exatidão, pois os "pobre coitados" ficam calados. A eles é dado apenas o direito de sorrir, coisa que alguns até abdicam.

Os futuros candidatos são dublados pelo presidente nacional do partido, Roberto Jefferson - cassado em 2005 pela Cãmara dos Deputados, após denunciar o "mensalão", escândalo que envolveu diversos políticos filiados ao PTB -, que expõe as qualidades e virtudes dos mudinhos.

É claro que isso faz parte de uma estratégia para manter a imagem de Jefferson na memória de nossos incautos eleitores. Mas precisava ser feito de modo tão inadequado e esdrúxulo?

Por outro lado, Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson e presidente do diretório do partido no Rio de Janeiro, em seu horário, fala pelos cotovelos e sempre relembra os "ideais" de seu pai, prometendo melhorar a política e aumentar a justiça social. Como diz aquele velho samba, "me engana que eu gosto".

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Uma pergunta não quer calar

POR QUE DUNGA FOI ESCOLHIDO TREINADOR DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL?
Alguém tem a resposta?????

Um fio de esperança

Muito boa a entrevista do presidente interino do Senado, senador Sebastião Viana (PT - Acre), concedida aos jornalistas Carlos Iberê e Leandro Mazzini, publicada no Jornal do Brasil de domingo (18).

Tião Viana mostrou maturidade para criticar os trágicos rumos da Câmara Alta e ainda inteligência para demonstrar os erros na negociação do governo Lula em favor da CPMF.

Vale a pena conferir em: http://jbonline.terra.com.br/editorias/pais/papel/2007/11/18/pais20071118000.html

Isso é punição?

Nos últimos anos, o concurso para garis da Comlurb - Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro -, se tornou uma concorrida disputa no já sofrido mercado de trabalho brasileiro. Os contratados, após enfrentar longas filas para inscrição, fizeram provas para conseguir suas vagas e, pelo que me lembro, ninguém conseguiu o emprego, cometendo crimes contra o patrimônio público, fazendo inexplicáveis badernas pelas ruas da cidade.

Mas, aos olhos de alguns juízes e psicólogos, ajudar na coleta de lixo, limpar pichações em muros e postes da cidade por um ano é uma boa opção de pena alternativa. Rechaço veementemente esta forma de pensar do Juizado Especial Criminal da Barra, que decretou esta sentença a Fernando Mattos Roiz Junior (19), e Luciano Filgueiras da Silva Monteiro (21), acusados de atacar prostitutas na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, com fumaça de extintor de incêndio

Penso que deveriam haver penas um pouco mais severas para estes tipos de crime. Esta determinação do Juizado além de desvalorizar o trabalho dos garis, que conseguiram seu emprego de forma lícita, não torna os vândalos pessoas mais conscientes e respeitadoras.

Será que esses, entre outros baderneiros, rebeldes sem causa, de classe média, após um ano, lembrarão o quanto é importante preservar o patrimônio de qualquer cidade? Infelizmente, eu acho que não. E você?

terça-feira, 13 de novembro de 2007

"Hermanos" aterrorizam número um

O tenista suíço, Roger Federer, atual número um da Associação dos Tenistas Profissionais - ATP - começou mal na Copa do Mundo, realizada em Shangai, na China. Federer perdeu para o chileno, Fernando Gonzalez, parciais de 3-6, 7-6, 7-5.

Essa não foi a primeira vez que Federer perdeu para um sul-americano. A lista de "hermanos" acostumados a vencer o suíço só faz crescer. Recentemente, Federer perdeu duas vezes consecutivas para o argentino David Nalbandian pelos Masters de Madrid (2 a 1), e de Paris (2 a 0). Com as vitórias, Nalbandian empatou o confronto geral com Federer em 8 a 8.

Outro "hermano" que tira o sono do número um é o argentino, Guillermo Cañas. Cañas já bateu Federer por três vezes, contra duas do suíço. E olha que na última deu Federer (2 a 0), no Masters de Madrid.

Quem também gosta de desbancar Roger Federer é o nosso Guga. Mesmo afastado das primeiras colocações, Gustavo Kuerten - atual 676 do ranking da ATP e 207 da Corrida dos Campeões -, vence o confronto geral com Federer por 2 a 1.

Contra o número dois do mundo, o espanhol Rafael Nadal, o suíço perde por 8 a 5. No último confronto, este ano, na final em Wimbledon, Federer levou a melhor (3 sets a 2).

Agora, se o adversário for americano, Federer passeia. Contra Andy Roddick, atual número cinco do ranking, já foram 14 triunfos do suíço contra apenas uma vitória de Roddick. Andre Agassi, que já se aposentou, sofreu com Federer. Ganhou três, mas perdeu oito. Outro americano, o número 13 do mundo, James Blake, ainda não venceu o suíço. Blake perdeu as sete partidas que jogou contra Federer.

Pelo visto, os ares do norte fazem bem ao número um; já os do sul...


Foto - fonte: www.linternaute.com
Arte sobre a foto: Fábio Carvalho

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Venezuelistão ou Paquistãoela?

Não você não está entendendo errado. Os dois países - Venezuela e Paquistão - do que jeito que estão sendo governados poderiam formar um híbrido e serem rebatizados.

Não sei se as idéias de Hugo Chávez estão chegando ao país governado por Pervez Musharraf, mas o estado de excessão do governo paquistanês, mandando sua constituição às favas, demonstra claramente que, em pleno século 21, ninguém está livre de um golpe de estado, seja na América do Sul ou na Ásia.

Chávez prepara a Venezuela para uma revolução???, que ele chama de limpeza nacional. Na verdade, o que ele quer é ser absoluto em um país que até pouco tempo praticamente não existia no cenário internacional. Musharraf prometeu, após o golpe militar que o empossou, se transformar em civil e promover uma transição pacífica em seu país. Difícil acreditar que prendendo cerca de 500 pessoas, entre elas advogados e juízes, ele esteja no caminho certo.

É bom o Brasil abrir o olho com Chávez. A Venezuela abriu negociações para a compra de armas mais modernas e quando um louco está no poder, tudo é possível.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Quem vê futebol, não vê violência


Começo hoje com uma mea culpa. O "meemblogando" não é um blog de um assunto só, mas sei que é recorrente o tópico futebol aqui. Acho que isso se deve ao fato da minha irrestrita admiração pelo esporte bretão e pela forma como o vejo e relaciono à vida de todos nós.

Já reparou como várias expressões futebolíticas são usadas até mesmo por pessoas que dizem odiar futebol? "Pô, embolou o meio de campo", "me jogaram pra escanteio", "chegou aos 45 do segundo tempo", "te deixei na cara do gol", "tô na área - se derrubar é pênalti", entre outras são comumente ouvidas em nosso dia-a-dia. Então, não tenho um pouquinho de razão? rsrsrs....

Esse post foi motivado pela matéria do Esporte Espetacular, da Rede Globo, exibido no domingo (4), que levantou a polêmica da comemoração de gols com gestos que simulam alguém atirando. Alan Kardec, do Vasco; Souza, do Flamengo, já foram vistos fazendo tais gestos. O programa perguntou aos jogadores o que eles achavam disso tudo. Alguns se mostravam a favor, outros contra e a maioria ficou em cima do muro, como vários boleiros costumam fazer. Mas, será que não estamos fazendo uma tempestade em copo d'água?

Entre os adjetivos usados para descrever um atacante que faz muitos gols estão matador e artilheiro - que vem de artilharia, um termo que faz alusão ao militarismo. Daí, os jogadores se mostrarem como matadores. Claro que vivemos em tempos de violência exacerbada e tais gestos poderiam influenciar o comportamento dos jovens mal orientados, mas ninguém vai comprar uma arma ou virar bandido porque viu o fulano na televisão ou no estádio, dando tiros imaginários, não é?

O time inglês, Arsenal, é conhecido como "gunners" (algo como os que têm as armas) e não promove a violência com isso. O cracaço de bola, Roberto Rivelino, campeão mundial pelo Brasil, em 70, ficou conhecido como a "patada atômica". Alguém já viu o Riva ser ameaçado pelo Greenpeace?

Acho a polêmica interessante, mas não vejo esses gestos com olhos preocupados. Penso que outras formas de comemoração poderiam ser evitadas. Por exemplo: tirar a camisa do clube depois de fazer um gol. No mundo profissional de hoje, patrocínio é fundamental. Ao fazer um gol, o jogador vira o centro das atenções de todos no estádio e nas câmeras. Aí ele "aproveita" sua alegria para omitir o nome da empresa que, muitas vezes, paga o seu salário. Aí, não dá! Jogadores chutando placas publicitárias, também não é legal. Alegria não tem haver com depredação. Que o digam os incautos que saíram destruindo tudo que viam aqui no Rio e viram o sol nascer quadrado. Bem feito.

Espero que o futebol continue a ser motivo de polêmicas, sim, mas que as mesmas tenham mais fundamento no futuro.

Foto: o atacante Souza, do Flamengo, simula ser um "matador". Será que ele realmente quer promover a violência?
Fonte:
www.diariodecuiaba.com.br