segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O jornalismo não é mais feito somente por jornalistas / Journalism is no longer a job for journalists only

Na recente tragédia causada pelas chuvas em Santa Catarina, a movimentação ocorrida na internet, principalmente através do Twitter, que mostrou internautas catarinenses atualizando notícias sobre as condições das regiões atingidas naquele estado, confirmou uma tendência ao fortalecimento do papel da cidadania por meio do uso de redes sociais. No blog da clicRBS um post curto, porém muito bem colocado por Leonardo Corrêa, levanta a questão sobre o hiperlocalismo - o papel do jornalismo-cidadão -, proposta pelo site journalism.co.uk.

Acredito que cada vez mais os internautas terão uma maior participação na produção de conteúdo informativo espalhado pela grande rede. Os blogs são exemplos cada vez mais exemplos vivos disso. Artistas, jornalistas (eu), pseudo-celebridades, todos hoje têm seus blogs e literalmente por várias vezes "furam" jornais e revistas. Cabe aos próprios internautas o discernimento para acreditar nessa ou naquela fonte. Imaginem o que o Twitter, os blogs e flickrs da vida teriam mostrado e noticiado no trágico 11 de setembro de 2001? Ainda hoje, me lembro de um fato aqui no Rio em que um taxista reportou um tiroteio ao vivo, em plena Linha Vermelha, ao programa de rádio Ronca Ronca. Ele entrou ao vivo e a audiência foi considerável, pois gerou uma resposta de outros ouvintes naquele exato momento.

Acho que os meios de comunicação mais tradicionais, como rádio e TV, também deveriam se dedicar a uma programação mais local. É claro que isso esbarra em uma estratégia comercial que visa a lucros maiores, mas - com todo o respeito a qualquer estado brasileiro -, eu não tenho o menor interesse em um buraco que causa problemas em uma rua no interior. Assim como quem mora no interior não se interessa muito pelas mazelas da cidade.

O hiperlocalismo já é uma realidade. Resta saber o que será realmente relevante e o que será "barriga". O que não se pode é desvalorizar o trabalho dos jornalistas, pois eles são mais preparados para tratar a notícia de uma maneira profissional. Os jornalistas também deverão conviver com os conteudistas de plantão, pois deles pode vir o próximo furo ou a próxima idéia em comunicação. A palavra de maior destaque neste paradigma da comunicação atual é a coexistência.

In the recent tragedy caused by the heavy rains in Santa Catarina, the buzz on the Internet, mainly through Twitter, which showed the local peolple updating news about the conditions of the affected areas in that state, confirmed a trend to strengthen the role of citizenship through the use of social media networks. In the blog clicRBS a short post, but very well placed by Leonardo Corrêa, raises the question about the role of the citizen-journalism - proposed by the website journalism.co.uk.

I, myself, do believe Internet users will have greater participation in the production of content information spread on the web. Blogs are increasingly living proof of that. Artists, journalists (myself included), wannabe-celebrities, all now have their blogs and many times they do get the scoop on the news. It is up to the users to believe what they read and the sources that promote such content. Imagine what Twitter, blogs, flickrs, and such would have shown and reported on the tragic events of September 11, 2001? Even today, I remember a fact which happened here in Rio de Janeiro when a taxi driver reported a shooting live to a radio program called "Ronca Ronca". He came on live and the ratings hit a considerable level that day, as it generated a response from other listeners in that very moment.

I think the more traditional means of communication such as radio and TV, should also be devoted to a more local programming. Of course, such idea would find resistance due to the commercial strategy of the big networks which aims at higher profits, but - with all due respect to any Brazilian state - I do not have the slightest interest in a hole that causes problems on a street in the countryside. Like those who live in the country do not care much for the troubles of the big, city either.

Hyperlocalism is already a reality. The question is what is really important and what is not. What can not be devalued is the work of journalists, because they are more prepared to handle the news in a professional way. Journalists also must learn how to live with the content produced by bloggers, because these may be the next big thing in communication. Summing up, I guess the word in the communication business scene of today is coexistence.



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