quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sou+Web 12 batendo um bolão

Na véspera da “final” do Campeonato Brasileiro, é claro que o Sou+Web tinha que falar de esportes na internet. Se a discussão tivesse acontecido em outro país, talvez o tema princial não fosse o futebol americo, beisebol ou basquete. Mas como, graças a Deus, o evento aconteceu no Rio de Janeiro, o esporte bretão foi o centro das atenções. Também, com uma Copa do mundo ano que vem e a próxima no Brasil, fica difícil não querer saber como os grandes portais esportivos estão preparando suas coberturas. Quando a galera do Sou+Web entra em campo, não tem bola perdida. Toda opinião é ouvida e respeitada por todos. Isso faz o evento diferente de tudo o que se vê por aí, ajudando instituições como o Pró-criança Cardíaca. Golaço!

Abrem-se as cortinas e os artistas entram em cena

Cristina Dissat foi a moderadora dessa décima segunda edição. Cris é a @fimdejogo, que faz um trabalho muito respeitado com o blog de mesmo nome, cobrindo os jogos no Maracanã de uma forma diferenciada, informativa e super interativa. Os debatedores vieram dos timaços da Lancenet!, Infoglobo e ESPN Brasil.

Maurício Louro
Jornalista formado na Universidade Federal Fluminense,  duas pós-graduações: em Gestão de Marketing Digital, e em Jornalismo Cultural. Atualmente é Editor de Conteúdo do Lancenet! com atuação em jornalismo esportivo, desenvolvimento de comunicação em websites, jornais impressos, rádio, agência de notícias e assessoria de imprensa. Criador e instrutor do curso “Técnicas de Comunicação na Web”.

Márcio Mac Culloch Jr.
Está à frente do projeto de cobertura do Mundial da África do Sul. Foi editor de esportes do site do jornal O Globo de 2001 a 2008 e atualmente é coordenador de projetos esportivos da Infoglobo. Comandou a cobertura on-line das Copas do Mundo da Coréia do Sul/Japão e da Alemanha; dos Jogos Olímpicos de Atenas e Pequim e dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007. É formado em comunicação social pela PUC-RJ, com MBA em gestão de negócios pelo IBMEC e pós-graduação em jornalismo pela Faculdade da Cidade-RJ.

Cássio Brandão
Publicitário, já realizou projetos para internet, celular e TV Digital. Iniciou sua carreira no start-up do iG. Teve passagens por Claro, Globo.com, TVA e Editora Abril. Hoje trabalha na ESPN como Gerente de Novas Mídias. Já foi premiado duas vezes com o iBest, uma com o Prêmio Info e recentemente recebeu o Prêmio ABANET com o projeto do ESPN.com.br. Está, nesse momento, envolvido em diversos projetos, entre eles o Planejamento Digital para a Copa do Mundo, a plataforma de VOD ESPN360 e a central de conteúdos para dispositivos móveis.

Para Cássio Brandão, não basta atuar em uma só frente. Segundo ele, a ESPN Brasil não é apenas uma televisão. É um conceito multimídia, aliado à internet, que a consolida como um dos cinco melhores portais esportivos do Brasil. Brandão diz que, nos Estados Unidos, os números da ESPN são muito maiores, assim como o investimento. Mas, a estratégia de comunicação da filial brasileira vem provando ser um sucesso de audiência. O site da ESPN Brasil é todo tagueado. A empresa aposta na especialização e refino do conteúdo. Se o internauta não achar material sobre um determinado assunto digitado no site, ele é direcionado a esse conteúdo por uma ferramenta de busca. Para Cássio, o emocional tem que fazer parte da estratégia de comunicação, especialmente quando o assunto é esporte.

Até quanto vale ser imparcial no jornalismo esportivo?

Marcio MacCculloch Jr., do Infoglobo,  abordou a questão da competição com os profissionais da mesma empresa. Ele também falou da questão da imparcialidade no jornalismo esportivo. Segundo Marcio, não há como ser 100% imparcial, pois o componente da paixão está muito presente nos sentimentos de todos que trabalham com esporte. Para ele, isso é bom, porque mostra ao público que o conteúdo é feito por gente que gosta do assunto.

Para Mauricio Louro, a saída é a interatividade. Mauricio que é jornalista de formação se viu “forçado” a fazer uma especialização em marketing para ter uma melhor visão do mercado, além de abrir um leque maior de possibilidades.  Nesse momento, toquei no assunto da proibição do Twitter nos torneios da ATP (o tenista Andy Roddick queria interagir com seus fãs no Twitter, durante o US Open, mas foi proibido pela organização), e também, nos jogadores que têm twittado no Brasil, caso de Petkovic, Léo Moura – ambos do Flamengo -, e do técnico Mano Menezes. Todos os debatedores concordaram com a interatividade promovida pelos atletas e condenaram a proibição da ATP, embora entendam que ainda existe um motivo forte para que se “proteja” o conteúdo que as empresas de comunicação pagam para ter com exclusividade. Quando empresas impedem que seus astros se conectem com os fãs é uma bola fora sem tamanho.

Conteúdo copiado e publicado sem autorização. Oh, bandeira! É impedimento!

Como sempre, o Sou+Web traz um assunto que gera polêmica. Dessa vez, o escolhido da galera foi o conteúdo copiado e publicado por sites que atuam como pseudo-compiladores, mas que são monetizados e vivem de anúncios devido à boa audiência. O Lancenet! teve que proibir o site Netvasco de usar seu conteúdo. Já a ESPN Brasil optou por uma solução: passou a disponibilizar widgets da emissora, que podem ser colocados em blogs e sites. Assim, os créditos de quem criou um determinado conteúdo não se perdem.
A maior preocupação das empresas com o roubo de conteúdo é o retorno sobre o investimento, sendo desviado para sites que não investem em profissionais capacitados para produzir aquele mesmo conteúdo. O sempre relevante RoneyB sugeriu uma proposta interessante para isso: a doação do internauta pelo conteúdo oferecido, a exemplo do que fez a banda Radiohead. A proposta de Roney não encontrou apoio nos debatedores. Eu penso que poderiam, pelo menos, fazer uma tentativa. Claro que a maior fatia da receita virá e continuará vindo da publicidade. Mas, já que todos os debatedores se mostraram favoráveis a interatividade, porque não levá-la ao nível econômico também? #ficadica

No final, todos tiramos uma bela foto intitulada “Paz entre as torcidas”. Pena que os fatos que se seguiram a este dia não reverbaram a união da galera, vide as cenas de violência em Curitiba, São Paulo e Rio. Quem sabe um dia as coisas mudam. Vamos torcer!


Foto: Celso Pupo

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