quarta-feira, 31 de outubro de 2007

E agora, Brasil?

Há 105 anos, nascia um dos maiores poetas do século passado, Carlos Drummond de Andrade; autor de obras como "Brejo das Almas" (1934), "Discurso de Primavera" (1977) e "Corpo" (1984). Se você ainda não leu um verso de Drummond, pare tudo o que estiver fazendo agora e corra para a livraria mais próxima.

Em um de seus poemas mais famosos, o poeta mineiro pergunta: "E agora, José?". Aproveito essa pequena homenagem do "meemblogando" ao escritor, para parafrasear Drummond e demonstrar minha preocupação com o novo momento do nosso país, recém-eleito como sede da Copa do Mundo de 2014. E agora, Brasil?

Teremos no máximo pouco mais de seis anos para organizar um evento que contará com a participação direta e indireta de mais de um bilhão de pessoas. Recentes notícias sobre a organização do Pan2007, realizado apenas na cidade do Rio, apontam falhas e acusações de improbidade e trazem uma interrogação à minha cabeça: será que o Brasil, país continental e pluripartidário, vai realmente se preparar, fiscalizar os contratos licitatórios com lisura, cumprir as metas estabelecidas, melhorar seu sistema de transportes, aumentar sua rede hoteleira, garantir a organização no entorno dos estádios, facilitar a compra de ingressos, respeitar o torcedor estrangeiro - e principalmente o do nosso país -, enfim, mostrar ao mundo que podemos fazer uma copa nos padrões que a Fifa deseja?

Torço pra que isso aconteça. Afinal, sou brasileiro, amante do futebol e das copas do mundo. E no embalo do campeonato mundial, ainda poderemos sediar os Jogos Olímpicos de 2016! Aí, ficaríamos "chatos", mesmo. Não acham?

Mas, antes de cair da cama e acordar, precisamos ter consciência do que nossos governantes farão até 2014. Tudo para que o sonho não vire pesadelo. Torça, mas fiscalize.

A gafe do Presidente memória-curta

Nosso ilustre presidente, Luis Inácio Lula da Silva, além de dar uma gafe totalmente desnecessária, dizendo que o Brasil fará uma copa "pra argentino nenhum botar defeito", completou o "show", lembrando o mundial do México 1986, de maneira equivocada.

Durante seu discurso na seda da Fifa, em Zurique, Lula disse ao ex-craque francês, Michel Platini - presente a cerimônia que deu ao Brasil o direito de sediar a copa de 2014 - que chorou quando ele, Platini, marcou um gol de pênalti e tirou o Brasil daquela copa. Correção: Platini marcou o gol de empate da França, em um cruzamento vindo da direita. Este gol forçou o jogo a ser decidido em disputa de pênaltis. Antes da cobrança, o craque beijou a bola e a mandou longe da meta do goleiro brasileiro, Carlos. Mas, não adiantou, pois os brasileiros foram eliminados.

Voltando ao talento do poeta

Para quem ainda não conhece, segue o poema "José", de Carlos Drummond de Andrade.

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, Você?

Você que é sem nome,

que zomba dos outros,

Você que faz versos,

que ama, proptesta?

e agora, José?



Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José?



E agora, José?

sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio, - e agora?



Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora?



Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse,

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você consasse,

se você morresse....

Mas você não morre,

você é duro, José!



Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja do galope,

você marcha, José!

José, para onde?

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Diga não ao código do silêncio

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que gosta de conversar, expor idéias e até mesmo ouvir longos desabafos. Deve ser meu lado psicólogo, aperfeiçoado pelos anos como professor. Por isso, venho aqui hoje inaugurar um manifesto contra o código do silêncio. Sim, ele está presente em nossas relações sociais, no nosso dia-a-dia, de forma sorrateira, preparado para eliminar toda e qualquer tentativa de comunicação entre os seres pensantes.

Analise essas situações e veja se você já percebeu a presença do terrível código.

1) Você entra no elevador do seu prédio ou local de trabalho e diz "bom dia". A pessoa que lá já está apenas sorri ou balança a cabeça. Pronto, ponto paro código do silêncio. Quem deseja bom dia quer ouvir um "bom dia!" em troca. E não custa nada, né?

2) Ao passar por alguém você cumprimenta com um "sonoro" aceno. Não! Diga "olá", "como vai, fulano?". Estabeleça contato. Não deixe o silêncio superar suas palavras.

3) Esta é a mais terrível manifestação do código do silêncio: a levantada no ônibus. A pessoa sentada à janela, ao ver seu ponto se aproximando, levanta-se. E a outra sentada do lado do corredor move as pernas com o intuito de dar passagem. Não faça isso! Espere uma comunicação mais inteligente. Não somos máquinas (ainda). Que tal dizer: "com licença". E como resposta: "claro!". Pronto. Assim os dois indivíduos terão vencido o terrível código do silêncio. E quem sabe não rola até uma cantada no meio, tirando você do marasmo sentimental que atormenta a qualquer um, heim?

Na verdade, este texto é só para você se lembrar que a palavra foi feita para ser usada. Use e abuse dos "dá licença", "obrigado" e principalmente, do "por favor". A tal palavrinha mágica que opera milagres. Lembre-se do profeta: "gentileza gera gentileza".

Diga não ao código do silêncio.

:-) blá , blá blaá , blá........

domingo, 28 de outubro de 2007

Queria conhecer esse cara

Li este post no blog do Oswaldo Montenegro (http://bloglog.globo.com/oswaldomontenegro), artista que admiro há muito tempo (por que será que sempre que digo "há muito tempo" me sinto mais velho?) e tomei a liberdade de reproduzí-lo aqui. Poderíamos todos tomar as palavras do Oswaldo como uma nova filosofia e seríamos mais felizes. O que acham?

Liguei a televisão. “A Vida é Bela” – esse era o nome do filme. É mesmo. Não só é mesmo o nome do filme como é mesmo bela, a vida. O filme é bom e meio piegas. Eu também. Um bom sujeito e às vezes meio piegas.
O que importa é: a vida é bela.
Dói. Às vezes dói. Até saber que dura pouco, dói.
Mas presta atenção, colega, tem quadros de Van Gogh, sorvete de flocos, papos de madrugada com amigos. E isso é inegável.
Ok, você se lembra do garoto com fome na rua, se lembra que ainda existe luta religiosa, se lembra que a amiga a quem você deu atenção confundiu as coisas e te chamou de “galinha”, se lembra que fazem fofoca sobre você, se lembra da distensão muscular no melhor momento da pelada. Mas é bela. A vida é bela. Encontros de afeto real justificam esse planetinha bonito.
Ok, colega, dói porque a esquerda não nos salvou ao chegar ao poder (nem existe mais esquerda). Dói porque a psicanálise prometeu, mas não nos fez felizes para sempre. E os hippies viraram mendigos ou burocratas.
Mas a vida, colega, tem Domingos de Oliveira. E ele também acha a vida bela. E Domingos não mente. Imagine um cara que além de ser o maior pensador do Brasil, tem no primeiro nome um domingo no plural, numa espécie de multiplicação do feriado. Segundo ele, reclamar da vida é o oitavo pecado capital. Portanto, não vamos ficar resmungando. A vida é bela.
O tempo passa, o tempo estraga, o tempo mata, a vida volta, a vida recompõe, a vida renasce.
Você não gosta do programa da tv. Aí está ao seu lado o controlo remoto, supremo representante da sua democracia. O verdadeiro poder do povo é o controle remoto.
Ok, os nazistas cristãos odeiam os judeus e Cristo era judeu e não odiava ninguém. Paradoxo dói. A gente não confia no político que está aí para nos representar. E tem medo da polícia que está aí para nos proteger. Mas tem o corpo da mulher amada, o bandolim de Hamilton de Hollanda e milk-shake de Ovomaltine. E é interessante. O tal do ser humano é interessante. Sempre procurando o amor definitivo e a tal da segurança. Logo ele, capaz de morrer no próximo minuto, sujeito à primeira ventania, e sem a menor chance diante do menor maremoto. A segurança, colega, não existe. A gente inventou. E isso dói.
E lá no meio da dor tem uma tal de esperança. E como a flor que nasceu no asfalto, do Drummond, ela vive ali, sobrevivendo a caminhões e atropelamentos. Ok, colega, eu sei que dói. Mas tem a hora em que teu filho dá uma gargalhada e é feliz. Aí a gente se lembra dele em cima do nosso ombro e olhando espantado para o mundo. Naquele dia a gente disse pra ele (e pra filho não se mente): a vida é bela.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Pobre menina rica


Que o SBT - Sistema Brasileiro de Televisão - nunca teve qualquer compromisso com a continuidade de suas atrações, isso é fato mais que conhecido. Por inúmeras vezes, já ouvi amigos reclamando que perderam o final de uma série porque simplesmente interromperam a sua exibição ou trocaram o horário sem o menor respeito com os telespectadores. A bola da vez agora é o Charme, atualmente exibido às 16h e apresentado por Adriane Galisteu. Provavelmente esse é o programa que mais sofreu sob a batuta do homem do baú. A verdade é que Galisteu não consegue ter um estilo para seu programa (que já foi exibido em todos os horários possíveis e imagináveis), porque a linha editorial muda o tempo todo. A mídia já divulgou a insatisfação de Adriane com o SBT e me parece que a loura tem razão em reclamar.

Há pouco tempo atrás, o Charme estava redondinho. Convidados interessantes davam a Adriane a possibilidade de fazer perguntas inteligentes. O bike-repórter compunha bem o programa, trazendo matérias de externa. Enfim, o show era disparado o melhor da sofrível programação vespertina, sem nenhuma concorrência das outras emissoras com seus apresentadores que, ou lêem notícias de revistas e jornais ou vendem aqueles produtos terríveis que invadem nossas casas sem que peçamos. Ah, o programa ainda tinha o auxílio luxuoso de Renata Boldrini, falando dos lançamentos do cinema e, às vezes, com entrevistas direto de Hollywood.


O que mais irrita nesse programa camaleônico é que Galisteu tem jeito pra coisa, mas é mal aproveitada. Além de bela, ela é inteligente, sabe colocar bem as perguntas, é naturalmente gentil e simpática com seus convidados e até seus infomerciais são apresentados de uma maneira mais inovadora. Com tantas qualidades assim, Galisteu não precisa ser super pop para aparecer. Mas aí vem a pergunta: havia como o Charme ficar chato com tudo isso?
Sim, havia.

Atualmente, o programa é um game show, uma gincana sem informação. Adriane faz de tudo para parecer feliz com o que faz, mas é difícil acompanhar a atração. Há um revival do falecido "Namoro na TV", com participantes que não sabem nem ler um outdoor, e um outro jogo de perguntas e respostas com convidados "famosos" para os padrões SBTistas, valendo dinheiro, que é mais deprimente que acordar e ver o Calheiros ainda no Senado.


Espero que ao fim do contrato com o eterno líder do segundo lugar, Adriane repense suas posições e assine com um canal que a dê respeito profissional e liberdade editorial para trazer mais que charme ao seu programa.

Foto: Adriane se esforça e tem charme, mas no SBT não dá.
Fonte: Site - O Fuxico (Divulgação/SBT)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

M................TV

Pensei em escrever um texto sobre os dezessete anos da Music Television Brasileira, completados no último dia 20. Mas, resolvi que vou esperar pela maioridade da emissora que me deixou mais de 20 horas ligado, no dia de seu lançamento. Até porque, a data será mais emblemática.
Parabéns MTV, ou como dizem Caetano e Lobão: EME TE VE!
Por enquanto, um pedido: que tal mais MÚSICA e menos TV?

:-(

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

CPMF, DEM e Demos

Nunca fui a favor da CPMF. Acho o roubo oficializado da minha conta bancária o máximo do abuso. Protesto e sempre protestarei contra esse imposto, que de provisório não tem mais nada. Porém, serei sempre a favor da coerência. E não vejo o porquê do Democratas - antigo PFL...argh!!! - em barrar a votação do imposto sobre o cheque (ou sobre qualquer ventinho que bater sobre nossas contas correntes).

A CPMF foi criada no governo Fernando Henrique Cardoso e apoiada pelo então PFL para supostamente melhorar a qualidade dos hospitais brasileiros. Na época, achei justo e interessante. Mas, o final desse filme todo mundo viu e vê até hoje.

Agora, o presidente Lula - que recentemente esteve na República do Congo... alguém viu a banda do governo congolês assassinando o hino nacional brasileiro? Caso de incidente diplomático! - quer aprovar a prorrogação do ideologicamente finado imposto, mas encontra resistência justamente naqueles que apoiaram sua criação, ou seja, uma briguinha ridícula. Coisa de criancinha mimada. Cada um querendo puxar a CPMF pro seu lado. O DEM ou Demos, como disse nosso ilustre presidente, acha que impedir a votação do imposto é "lutar pelo povo brasileiro", palavras do líder do partido José Agripino Maia (RN).


Como já disse, não sou a favor da CPMF, mas pelo menos, trata-se de um imposto limpo, não-sonegável, ou mais difícil de sonegar, e que agora é utilizado para custear, segundo o Governo, o Bolsa Miséria...oops...Bolsa Família.

Bons tempos eram aqueles em que os políticos direitistas ou de esquerda, apesar de reacionários e corruptos, eram fiéis às suas crenças. Nem isso podemos dizer que existe mais.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Do poder da palavra à paixão por um time de futebol

Assistindo ao programa Esporte Total, da Rede Bandeirantes, fui surpreendido por uma declaração do médico e jornalista, Osmar de Oliveira, por quem tenho grande admiração pela serenidade e bom senso nas opiniões.

Em determinado momento da atração, que tem sua primeira parte inteiramente dedicada ao futebol paulista, houve um debate entre o dirigente do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, e o Dr. Osmar, versando sobre o percentual de torcedores do Corinthians - time de Osmar- e do São Paulo.

Em tom de paixão total pelo seu time, Osmar se empolgou e duvidou do percentual apresentado por Cunha, baseado em um censo de torcidas que apontou um crescimento no número de torcedores do tricolor paulista. Sentindo-se contrariado pelos números, Osmar conclamou a torcida corinthiana a fazer mais filhos. "Corinthiano não nasce, é concebido. Se você tem cinco, faz logo mais um e vamos acabar com esse número do São Paulo, logo", disse o médico.

Claro que a declaração de Osmar de Oliveira foi feita em tom de brincadeira, mas não podemos jamais superestimar a capacidade de entendimento e o nível intelectual dos telespectadores. Tal opinião pode gerar um entendimento errôneo e realmente ajudar o crescimento vegetativo no Brasil, que já é bastante exagerado.

- Ah! O doutor Osmar falou. Eu sou corinthiano. Esses "bambi" não vão passar nossa torcida, não! Esse pode ser o pensamento de alguns que pegam a mensagem no meio e não entendem o tom da mesma.

Como disse no primeiro parágrafo deste post, senti-me surpreendido pela declaração de Osmar, pois ele é um médico e homem de televisão há muito tempo. Devemos ter muito cuidado com o que falamos em qualquer que seja o meio para veicular uma mensagem. Espero que outros torcedores ilustres não cometam o mesmo erro.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Veríssimo sempre Veríssimo

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.

Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Luiz Fernando Veríssimo

Eu não quero "quase" ser. E você?

Exemplos de vida


Peço desculpas pelo pequeno hiato do blog, mas estou de volta ao teclado a partir de agora.
E nesse retorno, aproveito para destacar algo que vi de perto nos Jogos Parapan-americanos Rio 2007: a vitalidade e alegria de competir dos atletas brasileiros e internacionais.
Não pude ver muitas competições - por ser um dos editores do site oficial dos Pan e Parapan, vi apenas um jogo de basquete sobre cadeira de rodas e a natação - mas isso foi suficiente para constatar o amor pelo esporte e a vontade de superar limites daqueles atletas paraolímpicos.
Pouco importou ali o número de medalhas ou vencedores. Todos provaram ser campeões. A participação brasileira foi sensacional com 228 medalhas, número um no ranking geral. Houve momentos de pura união entre os povos, coisa que muitas vezes só o esporte e a dor das dificuldades pode proporcionar. Enfim, uma verdadeira celebração à vida e àqueles que fazem questão de dizer que ela "é bonita... é bonita... e é bonita".

Pan Rio 2007 - Show de organização

Se vamos realizar os jogos de 2016, isso só o futuro dirá. Mas, se provamos ter condições de realizar uma olimpíada no Brasil, isso foi sem dúvida constatado. Apesar dos inúmeros votos de insucesso e má sorte (pra não dizer aquela outra palavra) de alguns "coleguinhas" de nossa imprensa, os Jogos Rio 2007 foram simpsmente os melhores já realizados até hoje, palavra do Presidente da Odepa, Mario Vásquez Raña.

Claro que não estou promovendo um ufanismo aqui. Há problemas estruturais no Rio que devem ser resolvidos ainda. Porém, se colocarmos a mesma força de vontade e organização mostradas no Pan, a cidade dará um grandioso passo rumo a recepcionar os melhores atletas do planeta aqui em nosso país.

Foto de Alexandre Loureiro - www.rio2007.org.br
O brasileiro, Carlos Santos, na disputa da medalha de bronze contra o argentino, Oscar Alberto Diaz. Santos venceu por 2 sets a 0.