terça-feira, 20 de outubro de 2009

#soumaiswebcainarede - 11ª edição

E mais uma edição do Sou + Web aconteceu no Rio de "Janeura", no auditório do curso Ibeu, em Copacabana. Enquanto a cidade fervia negativamente com um helicóptero da polícia sendo derrubado, ônibus queimados e outras tragédias que nossos governos há muito não têm capacidade de evitar, o debate sobre o futuro das agências - o que fazer para garantir a sobrevivência numa nova era - também pegava fogo e gerava longas e produtivas e positivas discussões, marca já registrada do evento capitaneado pelo gripadíssimo Nino Carvalho.

A décima-primeira edição do evento contou com as participações de Risoletta Miranda (@rizzomiranda), diretora-executiva da FSB PR Digital (www.fsb.com.br), formada em jornalismo, MBA Marketing COPPEAD/UFRJ, especializada em Planejamento Estratégico de Marketing e Comunicação Digital e uma das criadoras do Conceito de VRM – Virtual Relationship Management; George “Benson” Acohamo (@superbenson), publicitário formado pela Escola de Comunicação da UFRJ, pós graduado em Administração de Marketing. É Gerente de Comunicação Interativa da DPZ, com passagens por agências como Y&R, Africa, MLab e Fbiz, e ainda pelo portal Zip.Net e TV Globo; Nick Ellis (@nickellis), editor e autor do Digital Drops e Meio Bit, que juntos tem mais de 1 milhão de visitas únicas por mês. Com mais de 20 anos de experiência como designer e diretor de arte, atualmente trabalha na In Press Porter Novelli como Especialista em Mídias Digitais, cuidando da criação de conteúdo para blogs corporativos, monitoração online e criação de campanhas virais usando redes sociais como Facebook e Twitter; e Alexandre Carvalho (@acarvalho), jornalista formado em 2003 pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), há oito anos vem estudando as profundas mudanças que a internet vem provocando na comunicação digital, tanto no jornalismo quanto no marketing e na publicidade. Tem larga experiência em assessoria de imprensa, no atendimento a empresas dos setores de tecnologia e esportes, e atualmente é executivo de mídias sociais da LVBA Comunicação, cuidando exclusivamente das ações de RP da Nokia do Brasil para este segmento. Desde janeiro, mantém em atividade o blog Almanaque da Fórmula-1 , onde busca resgatar a história da categoria em seus quase 60 anos de existência, enfim, só fera.

"Tudo é digital" - Benson

George "Benson" Acohamo disparou uma afirmação que deve ter alegrado boa parte da plateia: "falta pouco para se começar a fazer dinheiro com mídia interativa". Essa é uma preocupação de onze em cada dez profissionais de publicidade e marketing na web. Benson ainda afirmou que já há casos de empresas que dedicam 100% de seus esforços ao marketing digital. Essas devem ter tomado red pill, mesmo, pois é grande ainda o número daqueles que acham que um outdoor resolve boa parte dos seus problemas de comunicação. A pergunta é alguém ainda olha para outdoors?

#SouMaisWeb 11 - Futuro das Agências por Bruno Fontes.
Rizzo Miranda fazendo sua apresentação, com "Benson" (à direita) - Foto Bruno Fontes

"Tudo é comunicação" - Rizzo Miranda

Rizzo deliciou a plateia com uma explanação que me lembrou imediatamente das fantásticas aulas de Carlos Nepomuceno (professor da @posmktdig4 - FACHA/IGEC). Ela lembrou Paul Valerie que afirma que para entender um momento na história, temos que nos distanciar dele pelo menos 50 anos.

Rizzo afirmou que precisamos nos reinventar, pois os clientes são diferentes. Hoje, não há a famosa receita de bolo de anos atrás. E para promover essa reinvenção, ela propõe o caminho do diálogo, observação e criatividade, gerando credibilidade entre o cliente e seu parceiro. Ela ainda levantou a questão do surgimento de um novo perfil profissional: o Homo Digitalis - aquele que está inserido no contexto digital e se transforma a partir dele.

Por último, falou o blogueiro e twitteiro, como ele próprio diz, Nick Ellis. Ele contou sobre suas experiências no mundo digital, dando especial ênfase ao seu trabalho no Digital Drops. Atualmente, Nick é contratado da InPress e perguntei a ele que avaliação ele faz dessa experiência. Nick se mostrou bastante satisfeito e está gostando da troca positiva de informações que existe no ambiente de trabalho.

#SouMaisWeb 11 - Futuro das Agências por Bruno Fontes.
"Benson" e o futuro das agências, ao fundo Rizzo, Alexandre Carvalho e Nick Ellis - Foto Bruno Fontes
O case #portocainarede

O jornalista e blogueiro Raphael Crespo foi o responsável pela maior polêmica desse Sou+Web. Crespo perguntou aos debatedores o que eles tinham achado do critério de escolha da ação Porto cai na rede, que levou blogueiros conhecidos, mas nem sempre especialistas em turismo, para avaliar um resort em Porto de Galinhas, Pernambuco.

Ellis disse que não aceitou o convite por ter sido convidado pela Nokia para assistir ao lançamento de um satélite, nos Estados Unidos. Porém, ele afirmou que não concordou plenamente com a lista de blogueiros. As opiniões divergiram entre debatedores e plateia e Alexandre Carvalho entrou de sola. Carvalho disse que não concorda com "ações entre amigos", que levam blogueiros a convidar conhecidos em detrimento de uma avaliação mais profissional das agências. Ele contou um caso em que chegou a ser ameaçado pelo "paizão dos blogs" (quem será) - em suas próprias palavras -, por ter exposto uma opinião contra a escolha de blogueiros que só causam buzz, mas nem sempre tem ligação com o conteúdo do que está sendo proposto por uma determinada ação. A discussão continuou no Twitter e ainda promete rolar por bastante tempo. Se você tiver uma opinião e quiser compartilhar, comente.

O próximo Sou+Web encerrará as atividades em 2009, abordando o esporte na internet. Promete marcar mais um golaço. Até lá.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O futuro da mídia. Mas, que mídia?

O Manhattan Connection deste domingo (11) teve a participação do jornalista Felipe Machado, editor de multimídia do jornal “O Estado de S. Paulo”, romancista e guitarrista da banda Viper. Ufa! "Dormir pra quê", brincou o entrevistado durante o programa. Felipe está em NY para debater o futuro da mídia no “The New York Times”.

A pergunta principal da entrevista com Machado foi feita pelo âncora do programa, Lucas Mendes: "vamos ou não pagar pelo conteúdo na internet?" Felipe, como já era esperado, não teve resposta para esta questão, porque alías, ninguém tem essa resposta até agora. O próprio NY Times muda essa decisão toda hora.

Ricardo Amorim, do Manhattan, disse que o que vai diferenciar os tipos de conteúdo é a qualidade apresentada e que esse seria o diferencial para se cobrar um valor pelo conteúdo. Eu já discordo disso e penso que, hoje em dia, existe muito material jornalístico de qualidade que não é cobrado para ser acessado na grande rede.

O que acho que faltou ser discutido no programa foi a questão dos blogs. Eles são ferramentas que podem pesar na balança do conteúdo livre. Se eu acesso um blog com bom conteúdo e sei da qualidade de quem o escreve, para que vou pagar uma assinatura do Times, por exemplo, para ter o mesmo conteúdo. Análise? Relevância? Estes conceitos hoje já não são regidos pelos mesmos atores de antigamente. Os donos da bola já a perderam faz tempo.

O fato é que hoje a internet possibilita uma competição saudável com a grande mídia e que ninguém sabe o que vai acontecer no futuro. A discussão no programa foi rasa, mas ainda vale a pena assistir ao Manhattan.

Posted via email from Fabio Carvalho no Posterous

sábado, 10 de outubro de 2009

Esse cliente é importante?

Parece incrível, mas mesmo em 2009, século XXI, ainda vivemos a cultura da aparência, do jogo do coleguismo e do terrível "você sabe com quem está falando?". Isso é reflexo de uma cultura enraizada nos valores arcaicos dos tempos coloniais, em que mais valia a roupa que se vestia do que o caráter que formava uma pessoa.

Hoje em dia, enquanto as empresas mais inteligentes buscam aumentar seu share (participação no mercado), com campanhas de marketing de relacionamento honestas, objetivas e estratégias bem elaboradas, há ainda aqueles que pensam que vender bem é vender para o "cliente importante". Eu ouvi essa recentemente e me perguntei: não seria todo cliente igualmente importante?

Uma empresa vive basicamente do aumento de lucros e da redução de custos. Partindo desse princípio, entendo que para aumentar os lucros é necessário vender mais e melhor. O "problema" é que agora o consumidor não é mais o bobo que acreditava em tudo que empurravam a ele. Hoje, ele pensa e quer participar cada vez mais ativamente dos processos da empresa que fabrica seus produtos favoritos. Sendo esse o cenário, que estratégia devemos adotar para garantir que essa participação do cliente se reverta em lucro, o famoso ROI (retorno sobre investimento)? A conversa. Não há segredo mirabolante. O melhor a fazer é levantar a bunda da cadeira e ir conhecer o cliente. Saber o que ele pensa da empresa e o que deseja que essa empresa faça para continuar se relacionando bem com ele.

Tive um grande prazer de conhecer e ser aluno de Carlos Nepomuceno, um cara que precisa ser ouvido por mais e mais pessoas, que me disse o seguinte: "marketing, não importa se digital, ou não, é a tentativa de reestabelecer a comunicação humana, através do respeito entre as partes. O resto é manipulação".

Uma vez, ao comprar um carro, cheguei quase na hora de a concessionária fechar. Um senhor muito simpático veio me atender. Eu perguntei se ainda daria tempo de ver os carros, pois a loja estava encerrando suas atividades naquela noite. O vendedor me disse: "amigo, a loja está fechando, mas eu vendo carros. Você tem preferência por qual?" Aquele vendedor me "ganhou" inteiramente. Suas palavras foram as mais honestas possíveis e se traduziram em: cara, eu amo o que eu faço e quero te deixar satisfeito com isso.

Nessa história, está um dos principais conceitos do Nepô: "reestabelecer a comunicação humana, através do respeito entre as partes". Tudo que qualquer pessoa quer hoje é ser bem tratada, com respeito, seja no campo pessoal ou profissional. Ninguém gosta de ser mal atendido ou enganado. Portanto, se você quiser se relacionar melhor com seu cliente, faça como o vendedor que me atendeu na concessionária. Não basta o "volte sempre" escrito nas antigas sacolinhas plásticas. É necessário colocar mais amor pelo cliente. Sim, amor! Quem trabalha com amor, também ama o seu cliente e não quer saber se ele é importante - se vai comprar muito ou é famoso, ou vai comprar menos e é uma pessoa comum. Ame o seu cliente como quem não vê um rosto, um rótulo, mas sim, um amigo, um aliado. Comunique-se com ele. Sinta que ele é humano e não um número em um protocolo. Faça mais por ele e você vai ver o resultado. Eu acredito nisso. E você?

Posted via email from Fabio Carvalho no Posterous