sábado, 19 de setembro de 2009

Solidariedade e troca de ideias - Assim caminham as "crianças da revolução"

No último fim de semana (11 e 12), aconteceram dois eventos muito legais que envolvem a galera de internet - o Twestival Rio e o Sou + Web, respectivamente. Resolvi compilá-los em um post só. Por que? Primeiro, porque muitos dos participantes estavam em ambos e, segundo, porque, depois de uma semana, estou me sentindo um #failblogger pelo atraso nesse post.

O Twestival Rio aconteceu no Estação República, no Catete e levantou mais de R$ 4 mil para a Sociedade Viva Cazuza. Ideia bacana que apoiei. Palmas para a Singular Digital que ofereceu livros que traziam uma cinta exclusiva para comemorar o evento.

Sobre o evento em si, este que vos bloga ficou muito feliz ao rever os velhos/novos amigos de sempre e orgulhoso de quem organizou o evento: @claudiaruiva, @pathaddad, @roneyb, @claudiamello, e @pedrocardoso, entre outros. Adorei o livro que ganhei e agradeço pela oportunidade em participar. Só acho que o lugar poderia entender melhor a proposta e destacar uma arrecadação extra com 5 ou 10% para a instituição ajudada pelo Twestival. Quem sabe um dia eles aprendem.

Acordei exausto no dia seguinte, mas era dia de Sou+Web, em sua décima edição, novamente realizado no auditório do curso IBEU, em Copacabana. A magia da camisa 10 no futebol se refletiu no evento. Esse foi o melhor de todos até agora, na minha opinião. O tema foi "A privacidade na era da intimidade coletiva". Participaram do debate Fernanda Bruno (Professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura e do Instituto de Psicologia, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dirige o CiberIDEA – Núcleo de pesquisa em tecnologias da comunicação, cultura e subjetividade), Claudio Hannig (Diretor de Contas da Rapp Brasil e responsável pelo escritório carioca da agência), e Marcelo Thompson (Professor Pesquisador Assistente de Direito e Tecnologia da Informação na Universidade de Hong Kong. Doutorando em Filosofia no Oxford Internet Institute, Universidade de Oxford. Mestre em Direito e Tecnologia pela Universidade de Ottawa, no Canadá). A moderação ficou por conta de Andrea Thompson (Jornalista pela PUC, analista de Novas Mídias do Multishow e pós-graduada em gestão estratégica de marketing digital).

"Nossa vida é um bluetooth aberto. Um opt-in constante" (Andrea Thompson)


O debate foi intenso, com trocas de ideias constantes e muita contribuição por parte da plateia, marca registrada do Sou+Web. Fernanda Bruno, primeira a falar, tocou em um ponto interessante sobre o uso que se faz dos dados que disponibilizamos na web. Sua preocupação é o que é feito com esses dados. A quem eles são entregues e como eles são organizados e usados. Segundo ela, os sites devem ser mais explícitos sobre como esses dados são usados. "A Amazon hoje vende seus dados a terceiros", disse Bruno. O que será que ela faz com essa informação, hein Jeff Bezos?


O segundo a falar foi Claudio Hannig. Do ponto de vista do marketing digital, sua palestra não acrescentou muito, mas destaco sua humildade e respeito pelo público. Hannig se disse positivamente surpreso com o nível do debate. Venha mais ao Sou+Web!

The Bagunça's Law e o Bus Uncle

Marcelo Thompson foi o responsável pela melhor palestra. Sem dúvida seu jeito simples de conversar com o plateia e sua expertise em direito e TI contribuíram imensamente ao debate. Para Thompson, vivemos uma época de bagunça geral na web e precisamos organizar essa zona. Porém, a tarefa não é fácil. Destaco aqui sua habilidade para lidar com as questões da privacidade na rede. Marcelo mostrou o vídeo do Bus Uncle - tio do ônibus - e promoveu uma interessante discussão sobre o que o vídeo sugere na esfera pessoal e pública. Perguntei a ele sobre o fato de os países ainda não estarem preparados para dirimir as questões judiciais relativas à internet. Marcelo concorda e diz que os tribunais superiores dos continentes, como a Corte Europeia estariam, hoje, mais bem preparados e capazes de decidir quem deve ser condenado por invasão de privacidade ou não. Certamente, esse tema deve ser rediscutido em outra oportunidade, pois muitas questões merecem ser aprofundadas.

O Sou+Web chegou à décima edição e eu só lamento não ter participado de todas. Parabéns a @ninocarvalho e a todos que já fizeram parte do melhor papo sobre internet do Brasil.

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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Twitter deixa as marcas mais humanas?

Há um tempo atrás, vi o presidente da Ford Brasil mostrando a cara em um comercial de TV, em que ele garantia que a Ford tinha o menor preço e blá, blá, blá. Recentemente, o Ricardo, da Ricardo Eletro, também foi ao front defender os preços e compromissos da sua marca com o consumidor. Agora, vejo que o Samuel Klein, das Casas Bahia, resolveu ser seu próprio garoto-propaganda e penso: há alguma coisa mudando nisso aí? Não. Na TV, todos  dizem o que  o consumidor deve ou não fazer. Seja o testemunhal do dono da empresa ou de uma celebridade qualquer, ele nos é imposto e dane-se nossa vontade de ser ouvido por quem está oferecendo o serviço. Porém, hoje em dia, percebo que podemos caminhar para uma mudança de relacionamento junto às marcas, desde que elas partam para a personificação das suas imagens. Explico.

Já há algum tempo, acompanho a @planobconsult, mas não sabia quem estava por trás daquela marca. Para minha surpresa, notei uma mudança radical no perfil, quando nele surgiu a imagem de um rosto feminino, com um sorriso bem mais simpático que qualquer logo poderia ter. Fiquei curioso e bati uma DM pra @planobconsult, que na verdade se chama Janaína Machado. Perguntei a ela o porquê da mudança, não sem antes parabenizá-la pelo feito. Jana me deu um depoimento, contando sua história sobre o que pensa da personificação da sua marca e reproduzo-o aqui no MeEmblogando.

"Quando abri uma conta no Twitter não era para ser corporativa e sim pessoal. Na verdade, nem sabia direito do que se tratava. Pode acreditar! Tinha a minha conta e raramente me lembrava de sua existência. Conversando com minha amiga, Vany Laubé (@mosaicosocial), comecei a utilizar devagar, a conhecer melhor as ferramentas das redes sociais, saber da real importância que elas têm para a vida das pessoas e dos negócios.

Confesso que no início tinha muito medo de utilizar o Twitter e inserir a minha fotografia nele. Tudo por causa do Orkut, que não é rede, que na minha opinião, não acho nada confiável. No Facebook comecei a me sentir mais segura, apesar de saber que não é tão segura assim. Aprendendo daqui e dali a mexer no Twitter, tendo muita indicação da Vany, comecei a estudar e a ler muito sobre redes sociais, pois sendo uma profissional de comunicação e com uma recém Consultoria aberta, não poderia ficar sem saber que tipo de ferramenta era esta e o que ela pode proporcionar para uma empresa e seu eu poderia indicá-la como ferramenta para meus clientes.

Fui sendo seduzida aos poucos. Mudei a minha conta pessoal no Twitter pessoal para corporativa. Foi aí que surgiu o @planobconsult. Comecei em querer saber quem eram as pessoas indicadas para seguir, ligadas a minha área, quais eram as pessoas certas, procurei jornais, consultorias, profissionais da área, professores, pessoas interessadas em falar de assuntos sérios, dividir informações, saber de eventos como Descolagem de meu amigo @largman, #soumaisweb do @ninocarvalho. Comecei a amar esta ferramenta. Acredite também nem sabia mexer no Tweet DecK, e foi indicação do @mosaicosocial. Juro, que foi paixão a primeira vista.


Conheci no Twitter gente maravilhosa como a @vanessa_aguiar, @leobraganca, vc, @ninocarvalho, @brunofontes, @cristianoweb, @edustarling @flaviagalindo, @Claudia_A_Leite e muitos outros. Fui surpreendida ao receber pedidos de jornalistas famosos da Globo querendo me seguir. Estava no caminho certo e plantando uma semente que florescia. A sedução foi aumentando e aumentando. Por muitos meses, mesmo seguindo pessoas confiáveis, assessorias, consultorias, jornais nacionais e internacionais, blogueiros, jornalistas,etc., ainda tinha medo de inserir meu rosto no Twitter. Só utilizava a marca de minha empresa. A Vany sempre pedia, quase que diariamente para que eu mostrasse meu rosto. Um belo dia, recebi uma foto minha, que havia sido trabalhada por um amigo, fotógrafo internacional. Ele encaminhou por e-mail como um presente. Ele pegou minha foto no Facebook, reverteu a posição, tirou minhas sardas (rs) e inseriu moldura. Achei super legal e bonito o trabalho que ele fez. Uma surpresa de um amigo fotógrafo que já teve o privilégio de fazer sessão de fotos de Bono, Sonia Braga, Robert Plant, Jimmy Page. Ele estava me presenteando com uma foto trabalhada em seu estúdio e com o maior carinho. Tinha que usar. Postei primeiro no Facebook e logo em seguida, no Skype e MSN. Por fim, foi no Twitter. No mesmo instante que postei, recebi mensagem da Vany e do Nino elogiando. O Nino me mandou um Twitter dizendo que foi muito legal ver meu rosto e que era muito bom saber como eram as pessoas com que ele estava falando. Me convenci que poderia deixar minha foto e mais ainda, eu sou a Plano B Consultoria, então por que não mostrar o meu rosto, mostrar ao meus clientes que a Plano B é a Janaína Machado? Ela é mais importante do que a logo de sua própria consultoria, pois sou eu que comando a Plano B, que trabalho e me apresento para os clientes. Não poderia ficar escondida atrás de uma logo. Posso vender meu trabalho de consultora, de profissional de comunicação interna sem a logomarca criada carinhosamente por um amigo. Ela e eu somos únicas. Nos complementamos." 

 
Um tweet de Janaína Machado, o rosto à frente do @planobconsult

Apesar de essa não ser a regra, felizmente além da Jana, há outros exemplos, como o Fábio Seixas, a pessoa por trás do @camiseteria, que se comunica muito bem com o novo consumidor, entre outros que já pensam na comunicação 2.0. Pode até ser muito cedo para isso, mas podemos dizer que estamos saindo do conceito de valor das marcas para o valor das pessoas. Trata-se de mais uma grande quebra de paradigma proposta pelas mídias sociais e seus atores. É mais fácil e confiável conversar com um rosto do que com uma logo. Essa é uma das razões pelas quais tantas empresas e celebridades, vide o case da Xuxa, ainda batem cabeça no Twitter e em outras mídias sociais. Quem sabe com mais pessoas, empresários, profissionais liberais, seguindo o bom exemplo da Janaina, não teremos no futuro uma relação mais amistosa e de menos arrogância das marcas com os clientes? Quem sabe?

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