quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Twitter deixa as marcas mais humanas?

Há um tempo atrás, vi o presidente da Ford Brasil mostrando a cara em um comercial de TV, em que ele garantia que a Ford tinha o menor preço e blá, blá, blá. Recentemente, o Ricardo, da Ricardo Eletro, também foi ao front defender os preços e compromissos da sua marca com o consumidor. Agora, vejo que o Samuel Klein, das Casas Bahia, resolveu ser seu próprio garoto-propaganda e penso: há alguma coisa mudando nisso aí? Não. Na TV, todos  dizem o que  o consumidor deve ou não fazer. Seja o testemunhal do dono da empresa ou de uma celebridade qualquer, ele nos é imposto e dane-se nossa vontade de ser ouvido por quem está oferecendo o serviço. Porém, hoje em dia, percebo que podemos caminhar para uma mudança de relacionamento junto às marcas, desde que elas partam para a personificação das suas imagens. Explico.

Já há algum tempo, acompanho a @planobconsult, mas não sabia quem estava por trás daquela marca. Para minha surpresa, notei uma mudança radical no perfil, quando nele surgiu a imagem de um rosto feminino, com um sorriso bem mais simpático que qualquer logo poderia ter. Fiquei curioso e bati uma DM pra @planobconsult, que na verdade se chama Janaína Machado. Perguntei a ela o porquê da mudança, não sem antes parabenizá-la pelo feito. Jana me deu um depoimento, contando sua história sobre o que pensa da personificação da sua marca e reproduzo-o aqui no MeEmblogando.

"Quando abri uma conta no Twitter não era para ser corporativa e sim pessoal. Na verdade, nem sabia direito do que se tratava. Pode acreditar! Tinha a minha conta e raramente me lembrava de sua existência. Conversando com minha amiga, Vany Laubé (@mosaicosocial), comecei a utilizar devagar, a conhecer melhor as ferramentas das redes sociais, saber da real importância que elas têm para a vida das pessoas e dos negócios.

Confesso que no início tinha muito medo de utilizar o Twitter e inserir a minha fotografia nele. Tudo por causa do Orkut, que não é rede, que na minha opinião, não acho nada confiável. No Facebook comecei a me sentir mais segura, apesar de saber que não é tão segura assim. Aprendendo daqui e dali a mexer no Twitter, tendo muita indicação da Vany, comecei a estudar e a ler muito sobre redes sociais, pois sendo uma profissional de comunicação e com uma recém Consultoria aberta, não poderia ficar sem saber que tipo de ferramenta era esta e o que ela pode proporcionar para uma empresa e seu eu poderia indicá-la como ferramenta para meus clientes.

Fui sendo seduzida aos poucos. Mudei a minha conta pessoal no Twitter pessoal para corporativa. Foi aí que surgiu o @planobconsult. Comecei em querer saber quem eram as pessoas indicadas para seguir, ligadas a minha área, quais eram as pessoas certas, procurei jornais, consultorias, profissionais da área, professores, pessoas interessadas em falar de assuntos sérios, dividir informações, saber de eventos como Descolagem de meu amigo @largman, #soumaisweb do @ninocarvalho. Comecei a amar esta ferramenta. Acredite também nem sabia mexer no Tweet DecK, e foi indicação do @mosaicosocial. Juro, que foi paixão a primeira vista.


Conheci no Twitter gente maravilhosa como a @vanessa_aguiar, @leobraganca, vc, @ninocarvalho, @brunofontes, @cristianoweb, @edustarling @flaviagalindo, @Claudia_A_Leite e muitos outros. Fui surpreendida ao receber pedidos de jornalistas famosos da Globo querendo me seguir. Estava no caminho certo e plantando uma semente que florescia. A sedução foi aumentando e aumentando. Por muitos meses, mesmo seguindo pessoas confiáveis, assessorias, consultorias, jornais nacionais e internacionais, blogueiros, jornalistas,etc., ainda tinha medo de inserir meu rosto no Twitter. Só utilizava a marca de minha empresa. A Vany sempre pedia, quase que diariamente para que eu mostrasse meu rosto. Um belo dia, recebi uma foto minha, que havia sido trabalhada por um amigo, fotógrafo internacional. Ele encaminhou por e-mail como um presente. Ele pegou minha foto no Facebook, reverteu a posição, tirou minhas sardas (rs) e inseriu moldura. Achei super legal e bonito o trabalho que ele fez. Uma surpresa de um amigo fotógrafo que já teve o privilégio de fazer sessão de fotos de Bono, Sonia Braga, Robert Plant, Jimmy Page. Ele estava me presenteando com uma foto trabalhada em seu estúdio e com o maior carinho. Tinha que usar. Postei primeiro no Facebook e logo em seguida, no Skype e MSN. Por fim, foi no Twitter. No mesmo instante que postei, recebi mensagem da Vany e do Nino elogiando. O Nino me mandou um Twitter dizendo que foi muito legal ver meu rosto e que era muito bom saber como eram as pessoas com que ele estava falando. Me convenci que poderia deixar minha foto e mais ainda, eu sou a Plano B Consultoria, então por que não mostrar o meu rosto, mostrar ao meus clientes que a Plano B é a Janaína Machado? Ela é mais importante do que a logo de sua própria consultoria, pois sou eu que comando a Plano B, que trabalho e me apresento para os clientes. Não poderia ficar escondida atrás de uma logo. Posso vender meu trabalho de consultora, de profissional de comunicação interna sem a logomarca criada carinhosamente por um amigo. Ela e eu somos únicas. Nos complementamos." 

 
Um tweet de Janaína Machado, o rosto à frente do @planobconsult

Apesar de essa não ser a regra, felizmente além da Jana, há outros exemplos, como o Fábio Seixas, a pessoa por trás do @camiseteria, que se comunica muito bem com o novo consumidor, entre outros que já pensam na comunicação 2.0. Pode até ser muito cedo para isso, mas podemos dizer que estamos saindo do conceito de valor das marcas para o valor das pessoas. Trata-se de mais uma grande quebra de paradigma proposta pelas mídias sociais e seus atores. É mais fácil e confiável conversar com um rosto do que com uma logo. Essa é uma das razões pelas quais tantas empresas e celebridades, vide o case da Xuxa, ainda batem cabeça no Twitter e em outras mídias sociais. Quem sabe com mais pessoas, empresários, profissionais liberais, seguindo o bom exemplo da Janaina, não teremos no futuro uma relação mais amistosa e de menos arrogância das marcas com os clientes? Quem sabe?

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