domingo, 7 de setembro de 2008

Quando o vice importa


Ao contrário das eleições brasileiras, em que muitas vezes o povo não conhece todos os canditatos a presidente ou governador - devido a idiotice de nossas leis eleitorais, que permitem mais de 20 candidatos a um cargo majoritário -, nos Estados Unidos, a escolha do vice para uma chapa concorrente à Casa Branca pode ser crucial para definir um vencedor.

Após a disputada eleição democrata, em que Hillary Clinton aceitou a derrota para o candidato Barack Obama, a cúpula de Obama passou bastante tempo pensando em quem seria o vice ou a vice, caso Hillary fosse a escolhida para vice na chapa. Chegaram a conclusão que a opção pelo senador John Biden, de 65 anos, mais tradicionalista, representaria o ponto de equilíbrio necessário às propostas arrojadas de Obama. Além disso, Biden pode contribuir com sua larga experiência em questões ligadas à política externa, apontado por especialistas como o ponto fraco do candidato democrata. Contra a escolha de Biden, pesam o fato de o senador ter apoiado a invasão ao Iraque e ter dito no início da corrida presidencial que achava Obama inexperiente para ocupar a presidência americana.

Pelo lado republicano, uma outra surpreendente escolha abalou as estruturas da candidatura de John McCain: a da governadora do Alasca, Sarah Palin.

Palin, de 44 anos, formada em Jornalismo e Política, pela Universidade de Idaho, foi atacada pelo fato de sua filha Bristol, de 17 anos, ser solteira e estar grávida, algo que a sociedade americana não costuma tolerar. Entretanto, o assunto parece estar contornado, agora que Bristol anunciou que irá se casar com o namorado e manter a gravidez, reforçando a posição contrária da mãe ao aborto. Também pesam contra Palin uma acusação de abuso de poder, em que Sarah teria usado sua influência para demitir o ex-cunhado, um policial; além da prisão de seu marido Todd, por dirigir embriagado, há 20 anos atrás. Sim, os americanos investigam a fundo a vida de seus adversários políticos, especialmente quando o assunto é o cargo mais representativo do país.

Sarah Palin contribui com a candidatura de John McCain devido a sua capacidade de atrair eleitoras frustradas de Hillary Clinton, que gostariam de ver uma mulher na presidência. Em uma manobra bastante hábil da executiva republicana, Palin elogiou muito a senadora Hillary Clinton, em sua primeira aparição pública ao lado de McCain. As opiniões conservadoras de Palin devem ainda sensibilizar a direita cristã: ela é totalmente contra o aborto, o estudo de células tronco embrionárias, os direitos civis para gays, o uso de métodos anticoncepcionais e o ensino do evolucionismo de Darwin. Isso compensa a falta de identificação de McCain com os republicanos mais conservadores.

Após o final das duas convenções, que confirmaram Barack Obama e John McCain como os canditatos democrata e republicano, respectivamente, as fichas estão na mesa. A disputa será
acirrada e promete uma intensa movimentação nos bastidores. Quem levará o cargo de presidente do mundo? Façam suas apostas.

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